HISTÓRICO

Em 23 de setembro de 1909, pelo Decreto nº 7566, o Presidente Nilo Peçanha criava em cada uma das capitais dos Estados do Brasil uma escola de aprendizes artífices, destinadas a ministrar o ensino profissional primário gratuito.

As escolas tinham o objetivo de formar operários e contra-mestres.

O aluno devia ter idade entre 10 e 13 anos, para ingresso no curso que seria oferecido sob o regime de externato, funcionando das 10 Ã s 16 horas.

A inspeção das Escolas de Aprendizes Artífices ficava a cargo dos Inspetores Agrícolas, uma vez que não existia Ministério da Educação e Cultura.

A Escola de Pernambuco iniciou suas atividades no dia 16 de fevereiro de 1910, estando assim lavrada a ata de inauguração do estabelecimento: "Aos dezesseis dias do mês de fevereiro de mil novecentos e dez, no edifício da Escola de Aprendizes Artífices, sita no Derby, presente o Dr. Manuel Henrique Wanderley, diretor da aludida escola, Deputados Federais, doutores Estácio Coimbra, Leopholdo Lins, Ulysses de Mello, chefe de Polícia Coronel Peregrino de Farias, representantes de jornais diários, Capitães de Fragata, Capitão do Porto, representantes do Comandante do Distrito Militar e muitas pessoas de nossa melhor sociedade, foi inaugurada a Escola de Aprendizes Artífices. O Dr. Diretor usou da palavra e, depois de agradecer o comparecimento das pessoas e ter mostrado a necessidade de tão útil instituição, declarou inaugurada a Escola. Ninguém mais querendo usar da palavra foi encerrada a sessão, após o discurso do Dr. Diretor. E, para constar, Manoel Buarque de Macêdo, escriturário da aludida Escola lavrei a presente ata que assino."

No primeiro ano de funcionamento (1910) a Escola teve uma matrícula de setenta alunos, com uma frequência regular de, apenas, 46 alunos.

O professor Celso Suckow da Fonseca diz que "os alunos apresentavam-se `as escolas com tão baixo nível cultural que se tornou impossível a formação de contra-mestre incluída no plano inicial de Nilo Peçanha".

O pouco preparo e as deficiências na aprendizagem deviam Ter como causa principal o tipo de estudantes recrutados que, de acordo com as normas adotadas, deviam ser preferentemente "os desfavorecidos da fortuna".

Desse modo, as escolas tornaram-se uma espécie de asilo para meninos pobres.

Talvez os próprios preconceitos do país, ainda impregnado da atmosfera escravocrata, com grande preconceito às tarefas manuais, tenha determinado essa exigência.

Numa breve notícia sobre a estrutura e o regime didático das Escolas de Aprendizes Artífices, tal como estabelecia o Decreto nº 9070, de 25.10.1911, assinado pelo Presidente Hermes da Fonseca, que foi o segundo diploma legal referente às referidas Escolas, encontramos os seguintes dados:

Idade para ingresso: 13 anos no mínimo e 16 anos no máximo;

Número de alunos para cada turma: aulas teóricas – 50 alunos, Oficinas – 30 alunos.

Havia uma caixa de Mutualidade para ajudar os alunos (espécie de Caixa Escolar) e o ano escolar teria a duração de dez meses;

Os trabalhos das aulas e oficinas não poderiam exceder a quatro horas diárias para os estudantes do 1º e 2º anos e de seis horas para os do 3º e 4º anos.

As Escolas de Aprendizes Artífices, conservando o caráter de instituição destinada aos meninos pobres, foram reformulados em 1918 (Decreto nº 13.064, de 12 de junho), não havendo contudo grandes modificações.

Em 1937 as Escolas pela Lei 378, de 13 de janeiro, passaram a ser denominadas Liceus Industriais.

A Lei orgânica do Ensino Industrial (Decreto-Lei nº 4.073, de 30 de janeiro de 1942) veio modificar completamente as antigas Escolas de Aprendizes Artífices que passaram a oferecer ensino médio e, aos poucos foram se integrando como instituições abertas a todas as classes sociais.

A partir de 1942 o ensino industrial, abrangendo os dois ciclos – básico e técnico – foi se ampliando, passando a ser aceito como necessidade imprescindível para o próprio desenvolvimento do país.

Em 1959, a Lei nº 3.552, deram estruturas mais amplas ao ensino industrial.

Em 1961 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 4.024, de 20 de dezembro) e, em 11 d e agosto de 1971, a Lei nº 5.692 (expansão e melhoria do ensino) reformularam, também, o ensino industrial.

Durante esse longo período, a Escola do Recife, com as denominações sucessivas de "Escola de Aprendizes Artífices", "Liceu Industrial de Pernambuco", Escola Técnica do Recife" e "Escola Técnica Federal de Pernambuco" tem servido à Região e ao País, procurando ampliar a sua missão de centro de Educação Profissional.

Até hoje funcionou em três locais: 1910/1923 teve como sede o antigo Mercado Delmiro Gouveia (local onde está atualmente o quartel da Polícia Militar de Pernambuco, no Derby: a segunda sede da Escola foi a parte posterior do antigo Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora; a partir do início do ano letivo de 1933, passa a funcionar na rua Henrique Dias, 609 – Derby, sendo a sede oficialmente inaugurada em 18 de maio de 1934.

Atualmente, a partir de 17 de janeiro de 1983, passou a funcionar na nova sede, na Av. Professor Luís de Barros Freire, 500 – Bairro do Curado, em instalações modernas, projetadas e construídas com o esforço conjunto de professores, funcionários e alunos.

A nova sede está implantada num terreno de 130.000m2 . Prevista uma área construída de 25.035m2, dos quais 16.000m2 já se encontram construídos, restando, para construção, 9.035m2